O CANÁRIO GLOSTER CORONA E CONSORT
INTRODUÇÃO
O Gloster é um canário
pequeno (dimensão máxima “estandartizada “ 11,5 cm), robusto, gracioso, belo, vivo, alegre, prolífero, aconselhável,
por tal facto, a criadores principiantes.
Para criar Glosters
de boa qualidade é condição necessária obter bons canários coroados e consorts, conhecer as características e valor genético
de cada ave e efectuar os acasalamentos certos de modo a optimizar-se a produção em função dos objectivos pretendidos –
qualidade e, consequentemente, boas pontuações nas exposições.
Além da carga genética de cada canário (Genótipo)
há necessidade de se conhecer o seu Fenótipo (Côr, plumagem, forma, tamanho, e demais características internas e externas).
Face à tendência
para a miniaturização do canário Gloster, há que adquirir glosters pequenos, com boas cabeças/poupas, bom corpo e boa plumagem,
pois são as características ideais e determinantes.
Todavia, há canários
interessantes, não obstante o desvio ao “Standard “ ideal; isto é, um canário um pouco maior, com uma óptima cabeça
/ poupa / corpo, quando acasalado com uma ave mais pequena pode reproduzir canários excelentes. A miniaturização pode conseguir-se,
também, através da consanguinidade, a fim de serem fixadas determinadas características.
É, pois, imprescindível
ter no canaril óptimos reprodutores – coroados e consorts, a fim de se obterem bons canários, em futuros acasalamentos,
assim como é importante possuir boas instalações, além de óptimas condições de higiene e alimentação.
O presente trabalho visa levar ao conhecimento
dos criadores informação elaborada e com um mínimo de cientificidade, de modo a poder contribuir na criação selectiva de canários
“GLOSTERS “, tão próxima quanto possível do standard ideal.
“ STANDARD “ DO GLOSTER CORONA
E CONSORT
GLOSTER CORONA / CONSORT |
PONTUAÇÕES |
RÚBRICAS |
PONTOS |
ÓPTIMO |
BOM |
MÉDIO |
MAU |
1 |
POUPA OU CABEÇA |
20 |
18 |
17 |
16 |
≤15 |
2 |
CORPO |
20 |
19-18 |
18-17 |
17-16 |
≤15 |
3 |
PLUMAGEM |
15 |
14-13 |
13 |
13-12 |
≤11 |
4 |
TAMANHO |
15 |
14-13 |
13 |
12 |
≤11 |
5 |
POSIÇÃO |
10 |
9 |
9-8 |
8 |
≤
7 |
6 |
CAUDA |
5 |
5 |
5-4 |
5-4 |
≤4 |
7 |
PATAS |
5 |
5 |
5 |
5-4 |
≤4 |
8 |
CONDIÇÃO GERAL |
10 |
9 |
9 |
9-8 |
≤8 |
TOTAL |
100 |
93-90 |
89-86 |
85-80 |
≤75 |
1- POUPA (CORONA) OU CABEÇA (CONSORT)
POUPA – Elegante, homogénea, redonda (circular), ampla e cheia (rica em penas), volumosa, simétrica a
partir de um pequeno ponto central bem definido no alto do crânio, formada por penas largas caindo uniformemente até metade
do bico e dos olhos e perfeitamente aderentes na zona da nuca (parte de trás da cabeça) com a qual se confundem.
CABEÇA (CONSORT) – A cabeça do consort deverá ser grande (larga), globalmente bem arredondada (fronte
alta, crânio largo e abaulado), bochechuda, com olhos centrados e visíveis sob sobrancelhas evidentes (espessas e bem visíveis),
sem “ cornichos ”, isto é, penas na nuca.
BICO – Pequeno, curto e cónico, proporcional à dimensão
da cabeça. Um bico curto acentua a rotundidade da cabeça.
Defeito: Bico comprido.
DEFEITOS: CORONA:
- Plana; Pequena; Centro mal definido, não centrado.
- Cobrindo os olhos e bico (demasiado grande)
- Não arredondada (em forma de escudo; elíptica ou oval).
- Poupa aberta à frente ou levantada atrás.
- Cornichos – penas levantadas.
DEFEITOS: CONSORT: Ausência de sobrancelhas e/ou excessivamente grandes; Cabeças pequenas ou estreitas; Cabeças com “ cornichos”; Cabeças
planas.
A COROA NOS GLOSTERS
Muitos são os problemas
que os criadores de glosters encontram na procura da perfeição da coroa. A forma ideal é a redonda.
Contudo, chamamos
a atenção para o menor cuidado de alguns criadores na selecção da coroa, porquanto privilegiam o comprimento das penas em
detrimento da forma. As formas que, maioritariamente, se encontram são:
- A oval; elíptica e coroa em forma de escudo.
Devemos inferir,
por conseguinte, que a forma depende essencialmente do tipo de cabeça do coroado e do consort. Acresce salientar que jamais
devemos acasalar “ consort x consort “ ou “ coroado x coroado” pois, de tais acasalamentos, nada se
obterá de bom.
2 – CORPO
CORPO – O gloster ideal deve ser pequeno, curto, compacto, robusto, bem arredondado
e sem proeminências, de forma elíptica.
PESCOÇO -Curto, robusto e cheio, com demarcações da nuca e da garganta quase imperceptíveis.
DORSO -Largo, cheio e robusto, ligeiramente convexo, conferindo rotundidade ao canário.
PEITO – Largo (amplo), quer no sentido horizontal quer no vertical, graciosamente
arredondado em linha curva pronunciada (sem proeminências) e uniforme desde a base do bico à raiz da cauda.
ASAS -Curtas, bem unidas entre si e aderentes ao corpo sendo quase imperceptível
o seu “ nascimento “, que se fundem harmoniosamente com o dorso, o pescoço e ombros.
DEFEITOS:
- Peito não arredondado; não convexo (côncavo)
- Asas caídas ou cruzadas (defeito dificílimo de eliminar)
- Espáduas estreitas; pescoço esguio e/ou comprido.
3 – PLUMAGEM
Homogénea, abundante,
brilhante, de cor natural, lisa e aderente (fina e compacta) conferindo um contorno perfeitamente nítido ao corpo. A plumagem
é um dos parâmetros importantíssimos porque influencia determinantemente a característica estética do canário. A plumagem
nevada dá sempre uma forma mais arredondada aos glosters e melhores poupas.
Há necessidade,
também, de introduzir no canaril canários intensivos ou semi-intensivos a fim de melhorarmos plumagem e evitarmos quistos.
Deve-se portanto
utilizar verdes de plumagem curta e intensiva, brilhante com cor de fundo amarelo, em detrimento da cor verde opaca (baça).
Se o fundo é branco
e se utilizarmos azuis (ardósias) a plumagem deve ser brilhante.
É aconselhável efectuar-se
acasalamentos com canelas e / ou ágatas a fim de ser melhorada, também, a plumagem.
DEFEITOS:
- Excesso de plumagem e quistos (susceptível de desclassificar o canário).
- Opaca; falta de brilho; não aderente.
- Arranjos artificiosos (aparadelas de tesoura; coloração; etc. ...), assim como a falta de remiges
ou rectrizes ou com estas em fase de crescimento, conduzem à desclassificação do canário.
4 – TAMANHO
O canário gloster deve rondar os 11,5 cm, no
máximo, pois a sua tendência é, cada vez mais, a miniaturização. Por isso, a selecção de canários gloster deve ter como principal
objectivo a redução do seu comprimento – quanto mais pequeno melhor. As fêmeas têm a possibilidade de vencer os machos
nas exposições porque apresentam um tamanho mais pequeno, potenciando a rotundidade e compacteza.
DEFEITOS: Muito grandes e para além das características permitidas.
5 – POSIÇÃO:
A posição deve ser
semi-erguida (+/- 45 º), atenta e com movimentos vivos.
DEFEITOS: Demasiado deitados ou levantados no poleiro; Muito agitado;
Sonolentos e apáticos.
6 – CAUDA
A cauda deve ser
bem curta, compacta e em linha com o dorso, conferindo equilíbrio e harmonia. Uma cauda curta acentua a impressão de rotundidade
e de compacteza do corpo.
7- PATAS
As patas devem ser
curtas (médio comprimento...) sem deformidades físicas e ligeiramente flectidas. As coxas devem estar invisíveis.
DEFEITOS:
- Pernas muito compridas ou muito curtas.
- A falta de dedos e unhas e/ou a sua rigidez, bem como a falta de equilíbrio no poleiro são motivo
de desclassificação.
8 – CONDIÇÃO GERAL
Boa adaptação à gaiola, saúde e higiene perfeitas.
DEFEITOS:
- Plumagem suja.
- Precárias condições de saúde (Um canário doente e/ou que se refugie no fundo da gaiola conduz à impossibilidade da
sua apreciação, logo susceptível de desclassificação).